Druk: Um filme Embriagante
Druk – Mais uma Rodada é um filme dinamarquês de 2020, ganhador do Oscar de Melhor Filme Internacional na edição de 2021, e dirigido por Thomas Vinterberg. Na trama, um grupo de quatro professores acha a vida cotidiana muito sem graça, então decidem por a prova uma teoria de um filósofo que diz que o ser humano vem naturalmente com um déficit de 0,05% de álcool no sangue. Desta forma, eles decidem fazer um estudo, bebendo um pouco todo dia antes de suas atividades matinais.
Fica muito claro, desde o início, que Druk decide investigar o alcoolismo na vida das pessoas. Desde seus efeitos mais brandos até drásticas consequências. Podemos dizer que o filme opta por não tomar partido, mostrando e dando ênfase nas duas pontas do espectro da bebida, se colocássemos numa ponta quem não bebe nada e, na outra ponta, quem bebe demasiadamente. Portanto, assim como vemos pessoas alegres, celebrando, brincando inofensivamente, também temos pesadas cenas de brigas familiares, discussões, atitudes agressivas e também a falta com as responsabilidades das pessoas.
Entretanto, para além de um olhar na bebida, o filme também fala sobre o que incitaria alguém a beber. No caso de Druk, temos a apatia como motor principal. Uma espécie de falta de potência de vida que faz com que os quatro personagens principais do filme sejam blasés e vejam a vida da mesma forma. Ou seja, Druk também fala sobre procurar a busca pela vontade de viver, de trabalhar com energia, de querer estar nos lugares e fazer as coisas. O que, inclusive, abre portas para interpretações interessantes, sobretudo no final.
Enfim, Druk – Mais uma Rodada é um excelente exemplar de filme que não se furta de estressar seus temas, por vezes evitando somente a obviedade e substituindo-a por um panorama um tanto mais completo, pesando prós e contras e, de certa forma, sem querer propor uma lição de moral simples, pois compreende que a vida é muito mais complexa do que uma frase poderia sintetizar sem cair em generalizações vazias.
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