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7 Homens e 1 Destino (2016)

7 Homens e 1 Destino (2016)

7 Homens e 1 Destino (2016)

7 homens e 1 Destino (2016)

“Segurado por nomes de peso, remake do filme de 1960 aposta todas suas fichas num grande duelo final.”

Gustavo Lomba

O western, durante muito tempo, foi conhecido por ser o filme de herói do passado. O grande sucesso entre o público garantiu uma várias produções de filmes de faroeste, em especial entre os anos de 1960 e 1970. Por retratar um período histórico, na grande maioria das vezes romantizado de forma bem discutível, as tentativas de tratar atualmente do gênero acabam escapando das fórmulas utilizadas em sua época áurea, pois Hollywood não quer mais vender o western resumido como triunfo do homem branco numa terra sem lei. Obras recentes que conseguem, em algum grau, êxito nesta tarefa envolvem as séries Godless (2017), Damnation (2017) e os excelentes filmes Django Unchained (2012) e The Harder they Fall (2021). Todos disponíveis na plataforma Netflix.

Sabendo disso, podemos dizer que The Magnificent Seven (2016), ao invés de tentar subverter estereótipos, prefere se fazer de desentendido. Ele até dá uma piscadela para a representatividade tendo seu filme comandado por Denzel Washington e contando com Byun-hun Lee, Manuel Garcia-Rulfo e Martin Sensmeier. Neste sentido, temos de fato um Preto, um Asiático, um Mexicano e um Descendente dos Povos Originários estadunidenses encabeçando o elenco. Porém, se por um lado isso é bom, por outro ele ainda cai em algumas armadilhas, como a do oriental místico, característica que se estende para a personagem de Martin também. São quietos, de poucos amigos e seus meios “exóticos” de combate lhe garantem quase uma aura sobrenatural. A personagem feminina do filme, interpretada por Haley Bennet, embora decidida e forte, não tem destaque no filme, sendo escanteada nos grandes momentos de ação.

Na história, a pequena cidade de Rose Creek entra na mira de um magnata inescrupuloso – Bartholomew Bogue – que deseja apenas explorar suas minas. Sem saída e tendo seu marido assassinado pelo barão, Emma Cullen parte numa busca para reunir grandes caçadores de recompensa que estejam dispostos a defender Rose Creek da violenta investida de Bogue. E assim ela consegue reunir sete homens: O caçador de recompensas Sam Chisolm (Denzel Washington), o apostador Josh Faraday (Chris Pratt), o ex-atirador de elite confederado “Goodnight” Robicheaux (Ethan Hawke) e seu amigo Billy Rocks (Byung-hun Lee), o assassino condenado por matar um xerife Vasquez (Manuel Garcia-Rulfo), o caçador convertido Jack Horne (Vincent D’Onofrio) e o guerreiro comanche Red Harvest (Martin Sensmeier).

Agora, observando o que o filme tenta alcançar no seu cerne, que é uma grande ação usando arquétipos conhecidos do faroeste como a história de vingança e personagens moralmente questionáveis, é possível dizer sim que o filme coleciona bastantes acertos. Apesar de conter cenas de ação bem espalhadas durante suas mais de 2 horas de duração, o grande objetivo é preparar terreno para a grande batalha do terceiro ato.

Na verdade, tudo o que precede o terceiro ato é um tanto formulaico, apesar de não cair no enfadonho. As cenas de introdução das personagens são boas, mas não grandiosas, servindo basicamente para demonstrar como cada um pode contribuir para a equipe. Depois disso eles andam, conhecem um membro do grupo e o convidam. Andam mais um pouco, conhecem mais um membro e o convidam também.

Depois de recrutados, o filme dedica uns bons minutos para trabalhar suas relações da forma mais masculina possível. Bravatas, bebedeiras e opiniões esdrúxulas. E aí temos a grande pedra angular deste filme: o elenco. Os sete principais tem interpretes excelentes. Assim, mesmo que disputando um tempo de tela limitadíssimo, acabamos com a possibilidade de construir um rapport com o grupo que estamos acompanhando. Neste sentido, os grandes destaques vão para Chris Pratt, que faz seu costumeiro bravateiro engraçado e Ethan Hawke, que dá vida a um homem mais amaldiçoado por seu título de Anjo da Morte do que afeiçoado a ele.

Quando finalmente chegamos na batalha do terceiro ato, somos recompensados com aquela ação fabulesca dos westerns. Os sete atiram e acertam diversos homens, que são incapazes de fazer o mesmo. Enquanto a introdução da batalha final serve para engrandecer a equipe e seus planos, a segunda parte dessa luta nos tira o tapete, acrescentando a visceralidade e, finalmente, nos fazendo temer pelas vidas de personagens que acompanhamos no filme.

Em suma, 7 homens e 1 Destino não é impecável, tampouco moralista levando em consideração o tipo de produção (Western). Este último, entretanto, não parece mesmo ser o objetivo dele. Ele apenas nos apresenta esses interessantes personagens numa ação fantástica do faroeste. Para aqueles que apreciam este tipo de filme, a viagem vale a pena, pois o terceiro ato é uma insanidade que nos dá a catarse de poucos vs muitos.

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